Tirado da Quadragésima Quarta Parte.
Ele estava sensível, e seu psicológico estava muito fraco. Num
momento de fraqueza, Scar se convenceu de que matar alguns animais seria
um alívio para seu espírito. Esperou a noite cair e saiu, começando uma
matança desenfreada pela savana. Amanheceu. Os animais agora se
perguntavam quem seria o monstro que teria feito aquilo. Scar voltou
para a Pedra e foi recebido por seu pai, que estava com uma cara nada
boa:
- Eu estou desapontado, Scar - falou Ahadi, zangado
- Novidade... - falou Scar, entre dentes
- Te sentencio a passar cerca de um mês no exílio.
- EXÍLIO? - fala ele, sem crer no que ouvia
- Exílio. Não retruque. Passará um mês, assim poderá refletir sobre seu comportamento. Passar bem.
Ahadi então deu as costas a Scar, que queimava de ódio. Ele então
desceu da Pedra para ir de encontro com seu novo lar por um mês. Uru
tentou convencer o marido a repensar sobre sua decisão, mas Ahadi era
orgulhoso demais e sua tentativa fora em vão. Mufasa estava assistindo a
tudo, então resolver conversar com seu pai:
- Por que fez isso, papai? - perguntou Mufasa
- Scar passou dos limites. Seu irmão matou...
-
Eu sei, eu sei - interrompe o pai - eu ouvi falar. Mas não pode
reconsiderar, pai!? Ele é o príncipe, merece uma segunda chance!
- Os outros leões são mandados direto para o exílio, por que com ele seria diferente?
- Porque ele é filho do rei, você! - fala Mufasa, indignado
- Isso não difere a atitude dele dos demais!
- Papai!
- Sem mais Mufasa! - Ahadi rosna - Ele matou animais inocentes, a sentença que dei foi muito menor a sentença normal!
- Então essa é sua decisão final? - pergunta Mufasa, chateado
- Sim - fala Ahadi, convincente
- Espero que quando eu for rei, eu não pareça contigo e precise mandar meu próprio filho para o exílio.
Ahadi então se surpreende com a atitude de Mufasa, que o encarou com
uma expressão brava, depois lhe deu as costas e saiu para caminhar.
Ahadi não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir, principalmente
do próximo herdeiro. Uru ouviu tudo da toca, estava orgulhosa de Mufasa.
Já no caminho para o exílio, Bejide viu que Scar estava caminhando, e
pelo caminho para o exílio. " Por que Scar está andando por aqui? Será
que eu fiz ele ser castigado? ", pensa Bejide, muito preocupada. Ela
então resolve ir para o lado do amigo, e logo começa a se desculpar:
- Desculpe por ter ido falar com seu pai, mas você estava cego! - fala Bejide, um tanto abatida
- Tudo bem... Agora não importa mais, eu fui exilado.
- Vai ficar bem por lá?
- Se eu sobreviver, quem sabe - diz ele, frio
- Me desculpe. Eu fiz para o seu bem.
- Ok Bejide, até mais.
Scar dá as costas para a Bejide e percorre um caminho seco.
Bejide o observava percorrer o seu caminho. Ela estava muito preocupada com o amigo.
Scar chegou então no exílio após alguns minutos caminhando. Ele
resolveu não entrar ainda, apenas ficou na frente dele, deitado,
esperando a noite cair.
Bejide resolveu sair para caminhar e
espairecer, aquilo a estava corroendo. No meio do caminho, encontrou
Mufasa. Ambos sorriem quando se veem. Depois de se cumprimentarem os
dois resolvem caminhar juntos:
- Mufasa, eu acho que eu fiz algo errado - fala Bejide, cabisbaixa
- E o que de tão errado a tigresa mais certinha que eu conheço poderia fazer? - brinca Mufasa, rindo
- Calado, seu trouxa - Bejide ri - Eu to falando sério.
- Então fale para mim.
- Fui eu quem foi contar ao seu pai que Scar estava matando animais - Bejide se senta
Mufasa se surpreendeu:
- E o que há de mal nisso? - fala Mufasa, se sentando ao lado da amiga
- Bom, por minha culpa ele foi exilado - diz Bejide, muito triste
-
Não Bejide, a culpa não foi sua. A culpa mesmo foi do meu pai. Ele quem
o mandou para o exílio - fala Mufasa, olhando para o horizonte
- Mas porque quem contou a ele fui eu - Bejide se lamenta
- Não. A culpa mesmo foi do orgulho do meu pai. Você só queria o bem do seu amigo.
- É, mas por isso ele teve de pagar por culpa minha.
- Como você é teimosa! - diz ele, rindo - Foi culpa do orgulho do meu pai e nada mais - Mufasa sorri
- Se você diz... - Bejide dá um sorriso amarelo - Vamos fazer alguma coisa para nos esquecermos disto, por hora.
Ambos então vão caçar algo para comer.
Do outro lado do reino, estava Scar, ainda deitado na porta do exílio.
Não tinha ânimo para nada, muito menos caçar um pequeno animal para
saciar sua fome.
Ele estava nervoso, irritado, mas também,
estava muito chateado. Ele pôs sua cabeça entre as patas dianteira, e
simplesmente derramou uma lágrima dolorida:
- Olá! - diz uma voz feminina
Scar antes de levantar secou o rosto. Quando se levantou, seus olhos se encheram de alegria:
- SARAFINA! - disse ele, empolgado
- A própria! - diz ela, rindo - Eu vim te fazer uma visita - ela se aproxima de Scar
- Como soube? - diz ele, envergonhado
- Alguns abutres fofoqueiros estavam comentando.
- Malditos abutres - fala ele, revirando os olhos
- Pois é - comenta ela, rindo - E então, como se sente?
- Não muito bem. Ser mandado para o exílio pelo seu próprio pai não é uma coisa muito bacana - diz ele, irônico
- Eu imagino - diz Sarafina, rindo
Os dois então se entreolham. De repente, dois leões exilados saíram de dentro das Terras do Exílio:
- Ora ora, vejam só. Leões das Terras do Reino. O que fazem aqui? Querem cometer suicídio? - diz um deles, irônico
- Nos deixem em paz! - fala Scar, rosnando
- Veja Latrell, ele é valente! - zomba um deles,
- Estou vendo Farid, mas que mal ele pode nos fazer?
- Ele e a namorada dele acham que podem nos machucar - Latrell e Farid riem
O extinto de Scar falou mais alto, ele precisava, de algum jeito, proteger Sarafina daqueles mal feitores.
Entraram em conflito. Farid e Latrell, além de mais velhos que Scar,
eram bem mais fortes e muito mais experientes. Mas Scar não se deu por
vencido; lutava com unhas e dentes para proteger a amiga dos inimigos.
Sarafina estava aterrorizada, mas não podia deixar que seu amigo
sofresse só para protegê-la. Ela entrou no meio da briga, atacando
Latrell. Ele então não se importou em lutar com uma fêmea:
- Haha, até que a mocinha não é nada fraca Farid - comenta Latrell a Farid, zombando de Sarafina
- Estou vendo - comenta, enquanto lutava com Scar
Depois de alguns minutos, Latrell havia se cansado de Sarafina. Para
acabar com a luta, lhe deu uma patada forte, fazendo-a cair, desmaiada.
Scar estava muito cansado e muito ferido. Agora estava sendo atacado
pelos dois leões novamente. Percebendo isso, olhou para Sarafina, e viu
que ela estava caída. Aquilo foi demais para o jovem leão. Uma força
sobrenatural tomou conta de seu corpo, fazendo que ele machucasse os
dois inimigos feio. Depois de muito lutar, os dois caíram, desmaiados.
Scar, com as patas machucadas e o corpo dolorido, foi ao lado de
Sarafina. Tentou acordar a amiga:
- Sarafina, acorde, por favor - falou ele entre seu desespero
- Ahnn. Scar...? O que houve? - fala Sarafina, atordoada
- Dois leões nos atacaram, mas eu dei um jeito neles.
Sarafina então piscou algumas vezes e conseguiu se levantar. Ela então viu que Scar estava completamente machucado:
- Scar! Você está...
- Eu sei. Você está com o rosto ferido - comenta ele, preocupado
- Estou bem. Eu vou chamar Rafiki!
Sarafina então corre para as Terras do Reino. Scar se senta com
dificuldade para esperar a amiga voltar. Farid e Latrell então acordam,
atordoados. Eles então olham para Scar, que ruge para eles. Ambos fogem,
com muito medo do inimigo. Scar apenas fica com sua carranca, olhando
para o nada.
Pouco tempo depois, Sarafina chegou com Rafiki, que foi para lá
com muita má vontade. Depois de usar alguns de seus métodos de cura, ele
vai embora sem dizer palavra alguma. Sarafina então chega mais perto de
Scar:
- Já está se sentindo melhor?
- Um pouco, talvez - diz sem expressão aparente em seu rosto
- Você me salvou, muito obrigada! - diz ela, fazendo carinho em Scar
Scar se surpreende, mas retribui o carinho da amiga. Ela então sorri para ele:
- Já está anoitecendo, preciso ir. Fique bem. Tchau Scar! - ela se despede sorrindo
- Tchau Sarafina! - Scar sorri de volta
Scar então observa Sarafina ir embora. Ele estava feliz, mas quando se
virou para a entrada do exílio, sua felicidade foi diminuída a zero. Com
nenhuma vontade, ele foi obrigado a entrar.
Ele então entrou
no lugar que seria sua casa por aquele mês. A visão era horrível: leões
muito desnutridos moravam ali, a água era escassa e a comida mais
escassa ainda. Praticamente seria impossível que houvesse vida ali, se
os leões expulsos não caçassem e procurassem sua própria água em outro
local. Scar andou pelas redondezas; os exilados acharam muito estranho,
por quê o príncipe estaria andando naquelas terras? Eles o observavam,
viram que estava muito sujo de sangue, e que algumas feridas ainda
estavam abertas. Ninguém foi capaz de chegar perto dele: como no reino,
ninguém se misturava à exilados, já no reino dos exilados, ninguém se
misturava com seguidores de Ahadi.
Scar não se importou,
arrebitou o nariz e seguiu em frente. Ele procurava um lugar que pudesse
ficar, mas todos os lugares que ele tentava já estavam ocupados, além
dele sempre levar a pior contra os leões dali.
Depois que muito
caminhou, encontrou uma árvore muito seca, porém, oca, o que lhe
serviria de toca. Vasculhou a árvore, ninguém estava dentro, então ele
entrou nela e se deitou:
- O que pensa que está fazendo?
Scar então levantou seu olhar. Viu uma leoa, um tanto magra, mas com uma
expressão muito nervosa em seu rosto. Scar apenas a ignorou, voltando
seu rosto para o chão:
- Eu falei com você!
- E daí? - fala ele, irônico
- Você está em uma propriedade que não lhe pertence!
- E o que me importa?
- Escute! Saia daí ou terá de lutar contra mim! - ameaça a leoa - Sentirá a fúria de Jali!
- Ui, mais que medo... - zomba Scar, ainda deitado
A leoa não hesita e o ataca. Ambos se atracam, lutando bravamente. A
leoa, apesar de magra, era muito forte, sua força quase se igualava a de
Scar. Depois de muito se arranharem, ambos estavam muito cansados para
lutar:
- Você é um idiota, principezinho - fala ela, arfando
- Quer saber? Pode ficar com essa porcaria, vocês exilados são ridículos! - diz Scar, dando as costas e cambaleando
Vários leões exilados estavam muito ofendidos com as palavras de Scar,
então o atacaram, deixando ele ainda mais machucado. Ele se defendeu
como pôde. Depois dos leões se evadirem, ele encontrou uma pequena pedra
oca por dentro para que pudesse passar a noite.
A manhã se
iniciou. O sol batia muito fraco nas terras do exílio. Scar acordou
dolorido. Saiu para caçar algo, mas era realmente muita escassa a comida
naquela parte do reino. Ele estava com muita fome, mas não havia nada
ali que fosse comestível. Saiu e foi até a entrada do exílio. Ele então
teve uma surpresa:
- Sarafina? O que faz aqui? - falou, surpreso
- Achei que poderia estar com fome, então... - Sarafina arrastou um filhote de búfalo - cacei para você!
- Não precisava fazer isso - falou, sem jeito
- Eu sei que você não pode se afastar muito do exílio para caçar, por isso resolvi fazer este favor - ela sorriu
- Obrigado - falou, sorrindo
- Foi por você ter me salvado ontem.
Sarafina disse, enquanto se aconchegava em Scar, lhe fazendo carinho.
Ele então lhe retribuiu o carinho. Ambos estavam corados. Scar então
começou a comer, enquanto Sarafina o observava. Passaram a tarde juntos.
Quando anoiteceu, Sarafina se despediu de Scar e foi embora. Scar
voltou para dentro do exílio.
***
Dias foram se passando.
Scar levava esporro de todos os exilados todos os dias. Era complicado
para ele lutar com os leões, já que a cada dia ganhava mais machucados e
perdia mais força. Apesar de Scar ser forte, comparado a aqueles leões
ele tinha a força de um recém nascido. Com pena, Jali estava lhe
treinando, assim, ele poderia se defender e sair o menos machucado
possível das lutas.
Agora mais forte, Scar lutava contra os
leões, saía machucado, porém, menos do que antes. Ainda não era aceito
por nenhum deles por ser príncipe das terras que lhe exilaram, até mesmo
Jali mantinha pouco contato com ele. Aquilo deixava Scar muito zangado,
mas mais do que isso, o deixava meio chateado.
Sarafina lhe
levava comida todos os dias, e todas as tardes eles permaneciam juntos. Conversavam sobre o que se passava nas horas em que não estavam juntos.
Depois de muito observar onde Sarafina ia, Zira ficou irada com a amiga e
precisava de algo para que os dois se separassem.
***
A
manhã nasceu. Scar estava muito feliz por isso, finalmente era o dia em
que iria embora daquele lugar horrível. Levou uma pequena surra dos
leões, mas aquilo não importava, afinal ele estava finalmente indo
embora. Ao longe, Zira observava a entrada do exílio, mas estava
camuflada dentre algumas plantas. Viu que Sarafina chegou na porta, Zira
estava pronta para atacar, mas Scar apareceu. Fez um carinho em
Sarafina e ambos saíram lado a lado para as Terras do Reino. Zira tinha
seus olhos em chamas, e já planejava algo para que Sarafina não ficasse
mais com Scar.
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Hoje foi dia de Capítulos Perdidos! Parece que o Scar sofreu um pouco no exílio, não!? Erm... Eu meio que não estou com criatividade para dar minhas notas finais sobre o capítulo e-e
Notas da Autora!
1- Esse foi um dos Capítulos Perdidos que eu menos gostei de escrever, o achei muito cansativo;
2- Isso acontece na interseção do Capítulo 44 e 46;
3- O capítulo serviu para mostrar como Sarafina e Scar se aproximaram;
4- " Pouco tempo depois, Sarafina chegou com Rafiki, que foi para lá com muita má vontade." Essa frase não quer dizer que Rafiki faça seu trabalho com má vontade, não foi essa a ideia. Rafiki é um tipo de xamã, um vidente
[um macumbeiro -qq] das Terras do Reino, e desde o dia que Taka se tornou Scar, Rafiki percebeu a mudança no coração dele, e desde esse dia ele meio que não se aproxima muito.
Acho que foi isso por hoje pessoal! Espero ter agradado a cada um de vocês! E então, curtiram o capítulo?! Deem sua opinião! Nos vemos nos coments!
E em breve a continuação de ALDI com a parte 47! Obrigada por lerem e comentarem! Vocês são demais!
Até a próxima! FUIZ! ;DDDDDD